domingo, 31 de agosto de 2025

A PEC das Prerrogativas

 Se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Prerrogativas for aprovada, diversas situações no âmbito político e jurídico podem se firmar no país:

Proteção interna no Parlamento
A necessidade de aval do Congresso para iniciar apurações pode fazer do Legislativo um tipo de corte interna, onde a maior parte dos parlamentares tende a defender seus colegas. Isso causaria uma grande diminuição nas punições por crimes como corrupção, desvio de dinheiro, lavagem de capitais e outros delitos políticos.

Mais impunidade
É comum que, em votações internas sobre investigações ou cassações, a união entre os membros prevaleça. Assim, seria muito difícil que parlamentares autorizassem investigações contra colegas de partido ou aliados, criando um sistema de proteção mútua.

Atrito entre os Poderes
A medida geraria conflitos constantes entre o Congresso, o Ministério Público e o STF. O Judiciário poderia até ser chamado a avaliar se a PEC é constitucional, pois ela desafia princípios como a divisão dos Poderes e a igualdade perante a lei, o que poderia levar a uma crise institucional.

Queda na confiança do povo
A aprovação seria vista pela população como uma clara tentativa de auto proteger a classe política. Em um momento de crescente desconfiança nas instituições, isso poderia provocar protestos, manifestações e pressão da sociedade por mais clareza e responsabilização.

Efeito no exterior
No cenário internacional, organizações e a mídia estrangeira podem ver a medida como um passo atrás na democracia brasileira, manchando a imagem do país como um lugar que busca fortalecer suas instituições. Isso afetaria acordos e a visão dos investidores sobre a segurança jurídica no Brasil.

Em resumo, a aprovação da PEC não tornaria a democracia mais forte, mas sim a imunidade política em detrimento da lei. O que está em questão não é só uma mudança nas regras, mas o princípio de que ninguém deve ser superior à lei, base de qualquer Estado Democrático de Direito.

 

 

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