sexta-feira, 29 de julho de 2011

Os atributos de um bom gestor

Conhecimento técnico, atitude e relacionamento interpessoal são apenas alguns requisitos que os profissionais precisam desenvolver para obter sucesso profissional

Como quantificar o trabalho gerencial executado por um profissional? Quais ferramentas são capazes de mensurar a atuação desses colaboradores, que fazem a ponte entre colaboradores e diretoria? Certamente, a pergunta não tem resolução simples nem resposta única.

Liderança é um dos mais antigos temas pensados e tratados no mundo da gestão e continua tão vivo quanto as diretrizes para a estratégia, o marketing e a negociação, justificando os constantes investimentos nesta competência que, ao longo do tempo, veio modificando sua conceituação e, mais importante, evoluindo de cargo para função, de papeis para desafios e de características pessoais para perfil profissional.

Capacidade analítica, poder decisório, ousadia para assumir riscos, gerenciar pessoas, cuidar de clientes e entregar aos acionistas o lucro planejado são atributos do gestor. E com a necessidade de esmiuçar os desejos dos clientes, surge no mundo corporativo os 'maestros' de cada orquestra e entra em cena o líder de pessoas, o de negócios, o de estratégia, o de marketing e muitas outras especialidades.

No entanto, alguns especialistas indicam características compartilhadas que transformam um bom gestor em um excelente líder, independente de sua especialidade. São elas:

Habilidades em Marketing – para Kotler, o marketing deve valorar pessoas, fazendo do mundo um lugar melhor e atendendo seus clientes no que realmente importa.

Habilidades em Estratégia e Negócios – o planejamento e a administração de ferramentas, voltando-se para as etapas do processo e estabelecendo a definição dos objetivos fazem parte de ações programadas que podem tornar-se inovadoras.

Habilidades Pessoais e com a Gestão de Pessoas – é possível ter competências individuais e tornar-se um bom líder, mas de nada adianta escorregar no tratamento com as pessoas. Assim, voltar-se para a sua carreira e de seus liderados, promovendo o desenvolvimento da equipe e gerenciando conflitos é um grande segredo para bons gestores.

Qualificação e conhecimento – Centro Universitário Senac

Buscar formação prática, aprimorar conhecimentos nas áreas em que atuam e qualificar-se para o mercado de trabalho é pré-requisito exigido e não mais diferencial. A escolha da grade curricular começa com a avaliação de competências e habilidades a serem capacitadas e desenvolvidas em cargos de níveis gerenciais.

Cursos como os de pós-graduação (latu sensu), educação continuada, MBA e outros oferecem aos profissionais a capacidade de elaborar, acompanhar e avaliar demonstrativos e métricas empresariais, além de atuar na gestão de processos, de atividades e das necessidades cotidianas das empresas. Fundamentação teórica e ferramentas de aplicação adequadas à sua realidade são a chave da boa gestão.

Portal HSM



sexta-feira, 15 de julho de 2011

Todo mundo quer ser Geração Y


 

Adriana Gomes

Já percebeu quanta gente se autoclassifica Geração Y?

Com todo respeito, outro dia, em uma reunião com executivos, um senhor quase sexagenário se autointitulava Geração Y. Está na moda e a gente sabe que a moda consome, devora o conceito e regurgita o pouco que sobra, a aparência.

Parece que ninguém quer ficar de fora.  Ser Y virou uma espécie de desejo de consumo de muita gente. Mais do que uma geração, estamos falando de um estilo de vida, de um conjunto de atitudes.

Há tentativas de definir a geração Y. Entre elas, o artigo da Wikipédia que diz o seguinte:

"A Geração Y, também chamada geração do milênio ou geração da internet, é um conceito em sociologia que se refere, segundo alguns autores, à coorte dos nascidos após 1980 e, segundo outros, de meados da década de 1970 até meados da década 1990, sendo sucedida pela geração Z.

Essa geração desenvolveu-se numa época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica. Os pais, não querendo repetir o abandono das gerações anteriores, encheram-nos de presentes, atenções e atividades, fomentando a autoestima de seus filhos. Eles cresceram vivendo em ação, estimulados por atividades, fazendo tarefas múltiplas. Acostumados a conseguirem o que querem, não se sujeitam às tarefas subalternas de início de carreira e lutam por salários ambiciosos desde cedo." (O grifo é meu.)

Apesar da definição, vejo pessoas com mais idade e com a mesma atitude. Ou seja, baixa tolerância à frustração, imediatismo, ambição desmedida, dificuldade de lidar com processos e com pressão, dificuldade para lidar com  normas e regras, com limites de horários, busca de "individualismo" ou informalidade na forma de se vestir. Também noto alguns que questionam muito pouco sobre aspectos mais relevantes e significativos em relação aos objetivos de vida e autoconhecimento, apesar de adotarem postura de algum interesse sobre sustentabilidade – atitude que, de fato, mais cobram do que praticam.

Há um artigo baseado na pesquisa realizada  pelo Professor Jean Pralong da Escola de Negócios em Rouen na França, com o qual simpatizo muito, que afirma o seguinte: "Não há diferença de gerações entre as atitudes das pessoas no trabalho".

Na definição do professor, Geração Y  é o título dado para distinguir as pessoas nascidas entre 1978 e 1994  e que são muitas vezes caracterizadas como tendo facilidade com tecnologia e atitude egocêntrica cínica no local de trabalho.

O estudo intergeracional realizado pelo Professor Pralong foi realizado com 400 participantes de formações semelhantes, variando de alunos até trabalhadores assalariados com 60 anos. O estudo mostrou que as atitudes no local de trabalho e ideias sobre carreiras da Geração X (nascidos entre aproximadamente 1959 e 1981) e da chamada geração Y são as mesmas.

O estudo mostrou que não existe diferença entre 25 anos de idade e 45 anos de idade no trabalho. Isso mostra, portanto, que no plano científico, "a Geração Y não existe", afirma Pralong.  O estudo foi publicado na Revue Internationale de Psychosociologie em 2010.

Quem ganha com a tal geração Y? Esta é uma pergunta que costumo fazer:  A quem interessa? Quanto se fatura sobre as atitudes –  ou falta delas -,  desejos, angústias, dúvidas em relação aos jovens e aos não tão jovens assim, que buscam uma ideologia para viver?

A desculpa para alguns comportamentos está pronta, explícita e até reconhecida publicamente. Já ouvi pessoas dizendo: "Você vai ter que se acostumar porque eu sou Geração Y".

Dorme com esse barulho!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Líderes em Ação - Conversas com César Souza

Atitudes pessoais que fazem a diferença


As empresas têm tido dificuldade em traduzir seus valores no dia a dia. O especialista César Souza atenta que as razões do sucesso nas empresas costumam ser mapeadas em função de tecnologia, mercado, proximidade com as matérias primas e afins. Para ele, no entanto, esse sucesso reside muitas vezes na capacidade que os líderes têm de aplicar esses valores em atitudes e posturas cotidianas.


"Não existem atitudes certas e erradas. Atitude certa é a que funciona. Uma atitude certa é aquela que, sem trair valores éticos, tem adesão com a estratégia da empresa, com os resultados que se quer alcançar e com a natureza do negócio", explica César Souza.

Um líder inspirador sabe manter o foco e tem sentido de prioridade. Toma iniciativas, não espera acontecer, é coerente e tem uma perseverança acima do comum. Pensa "fora da caixa", ou seja, possui altas doses de inovação. César Souza aponta ainda outro grande diferencial desse líder: ele sabe ouvir.

Trabalhadores entrevistados identificam valores que acreditam ser importantes em um líder. Dentre os citados estão tolerância, humildade, integridade, criatividade e saber trabalhar em grupo. Os mesmos profissionais falam de alguns defeitos abomináveis: individualismo, arrogância, tirania, pessimismo e imediatismo.

São mencionados neste episódio exemplos de liderança e superação, como o maratonista Vanderlei Cordeiro, ex-boia-fria que se tornou medalhista olímpico; o presidente Lula, que venceu uma eleição após quatro tentativas e fez história e Maria Rita Pontes que, com "brilho no olho e faca nos dentes", assumiu a liderança da obra assistencial da Irmã Dulce, multiplicando seu alcance.

Os grandes líderes possuem grande capacidade de enxergar o mundo pelos olhos do outro. Mahatma Gandhi foi um modelo no entendimento da importância da humildade, essencial a um líder que sempre busca aprender. Ele compreendeu que, para transformar o mundo, precisava primeiro se modificar.

Antes de pretender liderar, devemos aprender a liderar a nós mesmos. Esse será o tema do oitavo e último episódio da série Líderes em Ação – Conversas com César Souza.


 

Atitudes a adquirir nas empresas:

  • Foco;
  • Proatividade;
  • Determinação;
  • Inovação;
  • Capacidade de convencer;
  •  Brilho no olho;
  • Empatia.


Atitudes que deveriam ser eliminadas pelos líderes inovadores:

  • Negativismo;
  • Individualismo;
  • Comodismo;
  • Egoísmo;
  • Paternalismo.


Atitudes a consolidar nos negócios:

  • Humildade;
  • Ética;
  • Coerência;
  • Respeito;
  • Integridade;
  • Comprometimento.

sábado, 2 de julho de 2011

Seis atributos das idéias que colam


 

Didático, o psicólogo Chip Heath desvendou o que há por trás das idéias que realmente ficam na mente das pessoas e que as levam a mudar atitudes e comportamentos. Para ele, fazer o simples é o mais complicado.

Chip Heath, professor de Stanford, deu início ao Fórum HSM Inovação & Crescimento, realizado nos dias 28 e 29 de junho, dizendo que ansiava vir ao Brasil para conhecer as pessoas que conseguiram lidar com a crise econômica mundial como se fosse uma marola. "Queria aprender com vocês", revelou. Ao público do Teatro Alpha, em São Paulo, Heath mostrou que realmente gosta de aprender e compartilhou seu conhecimento sobre o que faz com que uma idéia cole na mente das pessoas. Trouxe muitos exemplos, inclusive de empresas brasileiras.

Idéias que colam são mensagens que as pessoas entendem, das quais elas se lembram e que as levam a mudar a maneira de agir. "Para que idéias façam diferença no mundo dos negócios, precisam permanecer por longo tempo. Um cliente não compra logo após nossa apresentação de Power Point", alerta o palestrante, para quem a maior fronteira que as empresas têm de ultrapassar é a que a separa dos clientes.

Apesar da dificuldade que é transmitir uma idéia que cole, algumas permanecem, e por muito tempo. É o caso da crença de que só usamos 10% de nosso cérebro. Mais de 95% da audiência do Fórum HSM já a escutou. "Ainda que equivocada, desde 1914 essa idéia circula sem nenhum orçamento de publicidade para levá-la adiante."

Doutor em Psicologia, Heath dedica-se a estudar "lendas urbanas" como essa, pois têm vida própria. Ele recorda que John F. Kennedy, quando na presidência dos Estados Unidos, conseguiu transmitir uma mensagem emblemática: "Vamos levar o homem à Lua ainda nesta década". Tratava-se de uma mensagem surpreendente, o que conquistava a atenção das pessoas. Apelava também para o lado emocional dos norte-americanos, já que os colocaria à frente dos russos em plena Guerra Fria.

Heath era criança quando ouviu essa mensagem e pôde compreendê-la, pois era simples e concreta: era possível imaginar um homem pisando na Lua. Ele se recorda que seu pai, ainda que não trabalhasse no setor espacial, e sim para a IBM, via-se como alguém que ajudava a colocar o homem na Lua, pois havia trabalhado no projeto espacial Gemini. "Até um contador que prestava serviços para a indústria da defesa se sentia trabalhando para colocar o homem na Lua".

E assim foi feito: em 1969, os norte-americanos chegaram à Lua. Em resumo, a idéia de Kennedy colou porque era simples, inesperada, concreta, crível, emocional e também contava uma história. Esses são os seis atributos de uma idéia de sucesso na visão de Heath.

O atributo mais difícil: simplicidade

Alcançar a simplicidade é o maior desafio para construir uma mensagem que cole, de acordo com o professor. Uma receita para ser simples é não dar ao interlocutor mais do que três opções, pois é mais fácil permanecer paralisado do que decidir entre dez caminhos. A América Latina Logística (ALL) realizou sua virada aplicando a simplicidade.

Alexandre Behring assumiu a dianteira da linha Sul, após a privatização das ferrovias ocorrida em 1995, quando 50% das pontes precisavam de reparos e 20% estavam quase ruindo. "Mas ele só tinha R$ 30 milhões em caixa e precisava de R$ 5 milhões para consertar uma única ponte", relatou Heath. Behring transmitiu com clareza o que era preciso fazer: a prioridade era tirar a ALL de sua precariedade financeira. As regras estabelecidas foram quatro:

1. Entre uma solução rápida e uma lenta, mas superior, deveria ser escolhida a primeira. A empresa, então, começou a recuperar locomotivas antigas.

2. Antes de comprar, seria melhor reutilizar ou reciclar o material disponível. Muitos dormentes, por exemplo, foram realocados.

3. A melhor solução seria a que exigisse o menor caixa imediato, ainda que fosse a mais onerosa no longo prazo ou fosse de qualidade inferior. Algumas importações foram realizadas.

4. Somente se investiria em projetos que gerassem mais lucro no curto prazo. Investiram, então, em tanques maiores de combustível, para que a locomotiva rendesse mais.

Em 1998, a empresa amargava prejuízo de R$ 80 milhões. No ano 2000, seu resultado foi positivo em R$ 24 milhões.

Acompanhe a cobertura da palestra de Chip Heath para conhecer os quatro outros atributos das idéias que permanecem.

Portal HSM
28/06/2011