Dois estudiosos da Teoria dos Jogos – Merrill Flood
e Melvin Dresher – propuseram, em 1950, o Dilema do prisioneiro, aqui exposto
para ajudá-lo a compreender as algumas variáveis envolvidas na concorrência
entre empresas.
Dilema do prisioneiro
Dois suspeitos, A e B, são presos pela polícia. A
polícia tem provas insuficientes para condená-los, mas, separando-os, propõe a
ambos o mesmo acordo: se um dos prisioneiros, confessando, testemunhar contra o
outro e esse outro permanecer em silêncio, aquele que confessou sai livre,
enquanto o cúmplice silencioso cumpre 10 anos de sentença. Se ambos ficarem em
silêncio, a polícia só pode condená-los a 6 meses de cadeia cada um. Se ambos
traírem o comparsa, cada um leva 5 anos de cadeia. Cada prisioneiro faz a sua
decisão sem saber que decisão o outro irá tomar. A questão que o dilema propõe
é: o que vai acontecer? Como os prisioneiros irão reagir?
O fato é que pode haver dois vencedores no jogo,
sendo essa solução a melhor para ambos. Entretanto, os jogadores confrontam-se
com alguns problemas: confiar no cúmplice e permanecer negando o crime, mesmo
correndo o risco de ser colocado numa situação ainda pior, ou confessar e
esperar ser libertado, mesmo considerando que, se o outro fizer o mesmo, ambos
perderão mais do que se permanecerem calados?
Um experimento baseado nesse simples dilema
descobriu que cerca de 40% dos participantes cooperaram, isto é, ficaram em
silêncio. Em última instância, não importa os valores das penas, mas o cálculo
das vantagens de uma decisão, cujas conseqüências estão atreladas às decisões
de outros agentes e na qual confiança e traição fazem parte da estratégia. O
modo de pensar adotado aqui é o seguinte: "Se eu pensar sobre como você
pensa sobre mim, eu não devo cooperar, pois pressuponho que você vai me julgar
não cooperativo e antecipo dessa maneira minha deserção".
A concorrência de preços
Passemos agora para uma situação prática através da
qual chegaremos mais próximos do nosso objetivo de ligarmos a teoria dos jogos
à concorrência empresarial.
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